sábado, 11 de dezembro de 2010

Os 3 “Rs”: uma videomontagem em desenho animado



Esse video foi produzido por alunos da disciplina “Comunicação e Educação” do Programa de Licenciatura da ESALQ/USP.
O vídeo faz referência ao universo do desenho animado com ênfase à problemática do lixo nas sociedades atuais. O grupo traz à tona e de forma educativa uma visão bem humorada e crítica do imaginário televisivo.
O material foi produzido por: Bruno Dias da Cruz, Carina Sacco, Felipe Garbelini Marques, Fuvia de Oliveira Biazotto e Marcela Arnaldo no ano de 2010 e tem 3 minutos de duração.
Espero que gostem, tanto quanto eu!


Por Laura Alves Martirani, professora da disciplina “Comunicação e Educação”, ESALQ/USP

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cobertura Vegetal na Bacia do Corumbataí: Situação atual e Perspectivas


Bacia hidrográfica é uma área onde ocorre a drenagem da água das chuvas para um determinado curso de água, que se dá pelos desníveis de terrenos, sempre das áreas mais altas para as mais baixas. Esta é delimitada por divisores d’água, que constituem formações geológicas naturais, podendo abranger diferentes cidades e estados.

Por sua grande relevância na captação de água e abastecimento público são unidades territoriais estratégicas de gestão ambiental conforme determina a lei federal da Política Nacional de Recursos Hídricos n0 9.433 de 1997.
A bacia hidrográfica do rio Corumbataí (SP) pertence à bacia do rio Piracicaba (SP) e compreende área aproximada de 1717km2, abrangendo os municípios de Analândia, Charqueda, Ipeúna, Itirapina, Piracicaba, Rio Claro e Santa Gertrudes, drenando importante área agro-industrial do estado. Seu principal manancial é o rio Corumbataí que nasce em Analândia e deságua no rio Piracicaba.


O centro oeste paulista historicamente caracteriza-se pela intensa atividade agrícola, sendo ocupado pelas culturas de café e algodão durante o século XIX, além da extração madeireira.
A partir da década de 70, com a criação do Programa Federal Proálcool, lei 76.593 de 1975, o uso do solo para o cultivo da cana-de- açúcar foi ampliado, sendo o estado de São Paulo pioneiro no setor sucro-alcooleiro, essa política teve forte impacto na bacia Corumbataí2 . Hoje a bacia do rio Corumbataí apresenta 39,6% do total de sua área ocupada por cana-de-açúcar e 27,51% por áreas de pastagem3. Em decorrência desse histórico essencialmente agrícola, que negligenciou importantes aspectos ecológicos e ambientais, hoje grande parte da cobertura vegetal natural está degradada sendo as fitofisionomias mais afetadas o cerrado e a floresta estacional semidecidual. O que tem se intensificado pela recente expansão agrícola para o cultivo da cana-de- açúcar.
Além da perda de diversidade muitos outros impactos foram e ainda são causados pela ausência de planejamento ambiental da ocupação agrícola na bacia, como erosão, compactação e empobrecimento do solo, além da poluição e assoreamento dos rios4.
Medidas visando à conservação dos biomas existentes na área da bacia foram tomadas, dentre elas a criação de Unidades de Conservação. Como por exemplo, a Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade” localizada nos municípios de Rio Claro e Santa Gertrudes, que apresenta remanescentes de Cerrado e floresta estacional decidual e semidecidual. E uma reserva de cerrado sob responsabilidade do instituto de biociências da Universidade Estadual de São Paulo “Júlio Mesquita” (UNESP), constituída prioritariamente por cerrado, estando presentes várias de suas formações, além de fragmentos de floresta estacional decidual.
Iniciativas de reflorestamento foram tomadas, entretanto, a taxa de sucesso tem sido muito baixa, o que evidencia a utilização de técnicas simplistas, que não contemplam aspectos importantes, como a diversidade de espécies e suas diferentes aptidões com relação à sucessão ecológica. Devido a essa displicência torna-se inviável o restabelecimento da estrutura e função da floresta e conseqüentemente do papel ecológico fundamental exercido pela mata ciliar.


Em 2005 a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo em parceria com a ONG The Nature Conbservancy (TNC), a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento criou o Projeto de Recuperação de Matas Ciliares (PRMC) visando desenvolver ferramentas e metodologias que permitam a recuperação das matas ciliares, tendo como unidade de trabalho as microbacias de todo o estado.
Na bacia do Piracicaba, Jundiaí e Capivari (PCJ), onde está inserida a microbacia do rio Corumbataí, foi elaborado um plano diretor para a recomposição florestal objetivando manter a vazão e equilíbrio hidrológico dos corpos d’água, contemplando os padrões ecológicos adequados.


Além das iniciativas de restauração o PRMC contempla atividades de educação ambiental para, além de conscientizar os produtores rurais quanto à importância da mata ciliar, torná-los parceiros e agentes multiplicadores. Outra medida que vem sendo trabalhada é o pagamento de serviços ambientais através de iniciativas como o “Programa Produtor-Conservador de Água”.


Água e matas são indissociáveis, portanto ao se debater a questão dos recursos hídricos, estruturar políticas de planejamento, implementar atividades agrícolas ou até mesmo ambientais deve-se considerar e respeitar a ligação intrínseca e dinâmica existente entre esse elementos.


NOTAS


1. ANTONELLO, S. L. et al, Análise contextual do uso da terra e cobertura vegetal. In: In: TAUK-TORNISIELO S. M.; ESQUIERRO J. C., Bacia do Corumbataí aspectos socioeconômicos e ambientais. São Paulo: Consórcio PCJ, 2008. cap 4, p. 35-44


2. TAUK-TORNISIELO S. M.; PALMA-SILVA, G. M.,Condições climáticas, solo e cobertura vegetal. In: TAUK-TORNISIELO S. M.; ESQUIERRO J. C., Bacia do Corumbataí aspectos socioeconômicos e ambientais. São Paulo: Consórcio PCJ, 2008. cap 3, p. 23-24.


3. ANTONELLO, op. Cit.


4. TAUK-TORNISIELO; PALMA-SILVA, op. cit.



Texto escrito por Gabriele Valadão, graduanda em ciências biólogas ESALQ/USP, e Isabela Peres, graduanda em gestão ambiental ESALQ/USP; na disciplina "Multimeios e Comunicação" no primeiro semestre de 2010.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A qualidade da água do rio Corumbataí


O rio Corumbataí é responsável por todo o abastecimento público da cidade de Piracicaba e é motivo de preocupação devido às cargas poluidoras que recebe em seu trajeto, principalmente esgotos domésticos e industriais oriundos da cidade Analândia, Corumbataí, Rio Claro e Piracicaba.
O uso de fertilizantes e agrotóxicos nas monoculturas de cana-de-açúcar, citrus e pastagens, o manejo inadequado do solo e os desmatamentos constantes das matas ciliares acarretam impactos nos ecossistemas aquáticos.




No caso da bacia do rio Corumbataí, os principais impactos ambientais são causados pela mineração de areia, esgotos urbanos e uso do solo, ações que são responsáveis pelo enquadramento do rio Corumbataí, em alguns trechos, na classe 4, que segundo a resolução CONAMA/ 357, são rios cujas águas são destinadas exclusivamente à navegação e harmonia paisagística. Além disso, segundo a Profa. Dra. Regina Monteiro em entrevista feita para o blog “Educorumbataí”, em maio de2010, a nascente do rio Corumbataí está localizada dentro de uma fazenda de monocultura de citrus e, sendo o citrus uma cultura que necessita de grandes quantidades de produtos e elementos químicos, esses produtos são carreados para dentro do rio junto com a chuva, contaminando a água e fazendo com que o rio já seja classificado como classe 2, desde sua nascente.
O rio Corumbataí é um “corpo receptor” de esgotos domésticos e industriais. Esse despejo de efluentes leva a um aumento na concentração de metais e pesticidas na água ou no sedimento do rio. Como o custo para o tratamento de água, a fim de retirar substâncias tóxicas aos organismos, é alto, o índice de qualidade da água (IQA) do rio Corumbataí vem sendo prejudicado com o passar do tempo, quando comparados os dados obtidos pelo sistema de monitoramento da CETESB, que ocorre desde 2002.
O Rio Corumbataí nasce em Analândia e ao passar pela cidade, recebe uma grande carga de esgotos provenientes das indústrias e das residências. Entretanto, devido ao seu alto grau de depuração, o rio Corumbataí chega à cidade de Corumbataí despoluído. Isso acontece devido a quedas e corredeiras percorridas pelo rio durante seu curso, matas ciliares preservadas a alta declividade do curso do rio, que faz com que ele recupere a quantidade de oxigênio perdida por causa dos esgotos lançados.
Essa capacidade de recuperação denomina-se autodepuração e é decorrente de fatores naturais como velocidade da corrente de água, profundidade do rio, vazão e quantidade de oxigênio dissolvido . “O fenômeno da autodepuração se desenvolve no sentido de transformar os compostos orgânicos em substâncias inertes e não prejudiciais do ponto de vista ecológico”.
Fig.2. Esquema gráfico da autodepuração do rio Corumbataí








Chegando à cidade de Corumbataí, o rio encontra-se poluído com esgotos domésticos e industriais e testes laboratoriais indicam que os sedimentos nesse ponto já apresentam sinais de contaminação tóxica. Novamente durante seu curso em direção a Rio Claro, o rio consegue se despoluir, passando por matas ciliares preservadas e diminuindo seu grau de toxicidade, mas em Rio Claro, recebe além de esgotos, grande quantidade de lixo, deixando a qualidade do rio baixa e aumentando a quantidade e a concentração de elementos químicos e outras substâncias tóxicas. Para deixar a situação do rio Corumbataí ainda mais crítica, após receber o afluente Ribeirão Claro, muito poluído devido à grande quantidade de esgoto urbano de Rio Claro e Santa Gertrudes (Pólo de Cerâmica) sendo considerada “a maior carga poluidora” do rio Corumbataí.
O rio não é mais capaz de se autodepurar, após o deságüe do Ribeirão Claro, até receber o Ribeirão Passa Cinco que tem um volume de águas maior que o rio Corumbataí e com isso a poluição é amenizada. Com isso, o rio chega relativamente limpo em Piracicaba e é a principal fonte para abastecimento público da cidade. Após a retirada da água para abastecer a cidade, o rio passa pelo bairro Santa Teresinha e recebe nova carga de esgotos urbanos (domésticos e indústrias) sem tratamento e quando deságua no rio Piracicaba, carrega consigo poluição, dentre os quais, os metais pesados, que são tóxicos aos seres vivos. Há uma alta concentração de Cu, Cd, Hg e Zn no rio Piracicaba.
Devido à sua importância, vários estudos e bioensaios toxicológicos vêm sendo feitos com o intuito de avaliar a qualidade da água do rio Corumbataí. De acordo com os dados obtidos todos os pontos estudados, a montante da captação de água dos municípios de Analândia, Corumbataí, Rio Claro e Piracicaba e a jusante, após o lançamento de esgotos, o rio Corumbataí apresenta toxicidade para vários organismos.
Dados de estudo demonstram que o sedimento do rio Corumbataí possui excesso de metais pesados, como o cromo e o zinco, em todos os sete pontos amostrados, além de sua água apresentar toxicidade para organismos testes utilizados.
Exames realizados nos sedimentos, mostram que alguns metais como cádmio, alumínio, zinco, cobre, níquel, ferro e mercúrio estão com suas concentrações acima das preconizadas pelo CONAMA (Portaria 358/2008), causando efeitos nos organismos aquáticos, como fitoplâncton, zooplâncton e algas.
Os estudos na água mostram que somente próximo a foz, no município de Piracicaba, há um aumento no nível dos metais pesados, e no restante do trajeto é considerado boa1.
Em analises foi encontrado o aumento na concentração de alumínio, ferro e manganês nas águas do rio Corumbataí, com concentrações maiores que o permitido pela resolução CONAMA. Já as concentrações de cobre e zinco estão próximas às limítrofes e mercúrio está com concentração acima da estabelecida para rios classe 2 e 3.
NOTAS
1. MONTEIRO et al. 2008 apud MESSIAS, T.G. Influência da toxicidade da água e do sedimento dos rios São Joaquim e Ribeirão Claro na bacia do Corumbataí. 2008. 126p. Dissertação (Mestrado em Ciências – Área: Química na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.
2. PALMA-SILVA, G. M.; TAUK-TORNISIELO, S.M.; PIÃO, A.C. Capacidade de autodepuração de um trecho do rio Corumbataí, SP, Brasil. Revista Holos Environment, vol. 7 nº2, p. 139-153, 2007.
3. SANTOS, M.A.P.F. Avaliação da qualidade da água e do sedimento da sub-bacia do Rio Corumbataí (SP) por meio de testes ecotoxicológicos. 2008. 186p. Tese (Doutorado em Ciências) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.
4. SETESB, 2007 apud SANTOS, op.cit.
5. GUIDOTTI, J.L.- Está na hora de cuidar do rio Corumbataí. In: Notícias - Projeto PiraCena. nº12, 20 jun. 1996. Disponível em www.cena.usp.br/piracena/html/noticias/noticia12.html?cp=s. Acesso em 13 mai. 2010.
6. SANTOS, M.A.P.F. Avaliação da qualidade da água e do sedimento da sub-bacia do Rio Corumbataí (SP) por meio de testes ecotoxicológicos. 2008. 186p. Tese (Doutorado em Ciências) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.
7. PALMA-SILVA, G. M.; TAUK-TORNISIELO, S.M.; PIÃO, A.C. Capacidade de autodepuração de um trecho do rio Corumbataí, SP, Brasil. Revista Holos Environment, vol. 7 nº2, p. 139-153, 2007.
8. SPERLING, 1983; BRANCO, 1986 apud PALMA-SILVA, G. M.; TAUK-TORNISIELO, S.M.; PIÃO, A.C. Capacidade de autodepuração de um trecho do rio Corumbataí, SP, Brasil. Revista Holos Environment, vol. 7 nº2, p. 139-153, 2007.
9. GUIDOTTI, J.L, op. cit.
10. Falótico 2000 apud TOMAZELLI, A.C. Estudo comparativo das concentrações de cádmio, chumbo e mercúrio em seis bacias hidrográficas do Estado de São Paulo. 2003. 124p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Biologia Comparada) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2003.
11. SANTOS, M.A.P.F., op.cit.
12. JARDIM, G.M. Estudos ecotoxicológicos da água e do sedimento do Rio Corumbataí – SP. 2004. 126p. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Agroecossistemas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2004.
13. FALQUETO, M.A. Avaliação do índice de qualidade da água (IQA) e dos elementos químicos nas águas e nos sedimentos do rio Corumbataí-SP. 2008. 116p. Dissertação (Mestrado em Ecologia Aplicada) – Centro de Energia nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.
14. ZAMBETTA, P.M.A. Espécies químicas inorgânicas (Al, As, Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb, Sn) no sedimento e nos sólidos em suspensão do rio Corumbataí, SP. 2006. 73p. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Ecossistemas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006.
15. MESSIAS, T.G., op.cit.
Texto escrito por Camila Lazarini Portela e Silva, (bióloga ESALQ/USP)in(Monografia desenvolvida sob orientação da Profa. Laura Alves Martirani)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mata Ciliar: Importância na manutenção dos recursos Hídricos

A cobertura vegetal encontrada ao longo de rios, córregos, nascentes, lagos e represas constitui a mata ciliar. Esta possui grande importância na manutenção da qualidade da água e também uma relevante função ecológica, além de contribuir para conservação da biodiversidade .
A presença de vegetação ao longo dos cursos d’água é fundamental, visto que influi em fatores como: a vazão, qualidade e equilíbrio térmico da água e manutenção da estrutura física do solo.
A camada orgânica formada pela ciclagem de nutrientes e o aumento da porosidade do solo gerado pelas raízes das plantas proporcionam maior infiltração da água, mantendo a capacidade de armazenamento da bacia hidrográfica1. Esses fatores também são relevantes para a proteção do solo, visto que tornam as margens mais estáveis evitando a erosão (imagens 1 e 2).






No que diz respeito à qualidade da água, a mata ciliar atua como um filtro minimizando a entrada de sedimentos e matéria orgânica no curso d’água, inclusive de insumos agrícolas como herbicidas, evitando a eutrofização e assoreamento. Outro fator importante é a redução da penetração de raios solares proporcionando equilíbrio térmico, extremamente importante para a fauna aquática2.
A mata ciliar ou de galeria, funciona como um corredor ecológico, que permite o deslocamento de fauna entre os fragmentos florestais. Esta também atua como abrigo, provê alimento e devido a sua heterogeneidade e complexidade florística, comporta diferentes nichos ecológicos e, portanto, uma alta diversidade faunística3.
Outro aspecto relevante é a sua grande heterogeneidade florística, que torna cada fragmento de mata ciliar uma área cuja diversidade é única e portanto necessita de preservação, sendo difíceis as tentativas de reflorestamento4.
Contudo, a grande relevância dessas formações florestais não foi considerada durante a expansão agrícola, priorizando-se a produtividade. No século XIX, as culturas como café e algodão, foram as principais responsáveis pelo desmatamento da vegetação natural no estado de São Paulo, ficando esta restrita a apenas alguns fragmentos. Atualmente, o grande crescimento do setor sucro-alcoleiro intensificou o uso de terra para produção de cana de açúcar, o que culminou na destruição, quase que total, da cobertura vegetal do estado.
A expansão de fronteiras agrícolas foi tradicionalmente a forma como, no Brasil, buscou-se resolver a necessidade do aumento na produção, entretanto, isso é extremamente controverso, pois, na maioria das vezes foi desconsiderada a real aptidão do solo para a agricultura, devido a isso grande parte das áreas desmatadas apresenta produtividade baixa ou estão em situação de abandono.
Atualmente, embora exista legislação específica tratada no Código Florestal, bem como iniciativas de reflorestamento, o desmatamento das áreas ciliares para fins agrícolas ainda perdura e são raras as situações onde há um planejamento ambiental efetivo.
Segundo o Código Florestal, regulamentado pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, as matas ciliares estão localizadas nas Áreas de Preservação Permanente (APP’s), as quais não podem ter suas formas de vegetação alteradas.Foram feitas alterações nesta versão do código, a primeira em 1985 aumentou a largura mínima da área de proteção de 5 m para 30m, e estabeleceu larguras ideais a partir do tamanho do corpo d’água. Em 1989 uma segunda modificação tornou obrigatório o reflorestamento de áreas já destruídas próximas as nascentes também denominadas olhos d’água (imagem 3).




Recentemente, foram propostas várias mudanças polêmicas no código florestal, tendo com redator o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B). No que se refere às APP’s propõe-se uma redução na largura destas. Há muitas discussões a respeito das implicações destas alterações devido ao paradoxo existente entre interesses sociais, econômicos, ecológicos e ambientais.
A importância das matas ciliares e a complexidade das relações que a envolvem tornam fundamental acompanhar e participar não só das alterações no Código Florestal, mas também das iniciativas de conservação e recuperação destas formações.
NOTAS
1 Zakia, 1998.
2 Lima; Zakia, 2004.
3 Marinho-Filho; Gastal, 2004.
4 Rodrigues; Nave, 2004.

BIBLIOGRAFIA

LIMA, W. P.; ZAKIA M. J. B. Hidrologia de Matas Ciliares. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO-FILHO, H. F., Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: EDUSP, 2004. cap. 3, p. 33-44.

MARINHO-FILHO; GASTAL M.L., Mamíferos das Matas Ciliares dos Cerrados do Brasil Central. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO-FILHO, H. F., Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: EDUSP, 2004. cap. 13, p. 209-233.

REFOSCO J. C.; PINHEIRO A., Impacto do Desflorestamento Sobre o Regime Hídrico de uma Bacia Hidrográfica. Revista de estudos ambientais. Blumenau, v. 1, n. 2, mai/ago 1999

RODRIGUES, R. R.; NAVE A. G., Heterogeneidade florística das Matas Ciliares. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO-FILHO, H. F., Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: EDUSP, 2004. cap. 4, p. 45-71.

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO, Preservação e recuperação das nascentes de água e vida. São Paulo, 2009.

ZAKIA, M. J. B., Identificação e aracterização da zona ripária em uma microbacia experimental: implicações no manejo de bacias hidrográficas e na recomposição de florestas. Tese título de Doutor, a Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 1998.


Texto escrito por Gabriele Valadão, graduanda em ciências biólogas ESALQ/USP, e Isabela Peres, graduanda em gestão ambiental ESALQ/USP; na disciplina "Multimeios e Comunicação" no primeiro semestre de 2010.



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Charge "Heavy Metal"



A charge foi produzida por Maíra Gonzales Mezzacappa, integrante do grupo de alunos Fernanda Gaudio Augusto, Gustavo S. Almeida e Jeferson Tarifa de Oliveira, na disciplina "Multimeios e Comunicação" da ESALQ/USP, no primeiro semestre de 2010. O grupo trabalhou com o tema “Poluição das águas por metais pesados na bacia do Rio Piracicaba”. Nessa charge a abordagem sobre os metais pesados é passada de forma humorística, porém devemos tomar precauções a respeito desse grave problema. Maiores informações sobre os efeitos dos metais pesados e outros elementos tóxicos podem ser vistos na coluna ciência e água.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Efeitos dos elementos químicos tóxicos nos seres vivos

Os efeitos agudos provocados pelos elementos químicos tóxicos são aqueles provenientes de exposições curtas e que podem levar à morte e os efeitos crônicos, que não matam, mas que podem ocasionar problemas no desenvolvimento e no sistema reprodutor dos organismos, mesmo em baixas concentrações.
Artigos científicos alertam para os malefícios que elementos químicos podem trazer para a água, o ar e o solo mesmo estando em baixas concentrações ou abaixo dos parâmetros preconizados pelo CONAMA ou pelo Ministério da Saúde1. Estudos de toxicidade demonstram que a quantificação não revela os efeitos diretos produzidos por esses tipos de substâncias nos organismos vivos2.
Os efeitos dos elementos químicos tóxicos nos organismos vivos nos preocupam porque são cumulativos, carcinogênicos e mutagênicos. Além disso, podem causar doenças cardiovasculares e reduzir a absorção de nutrientes pelas células3.
Tabela 1: Danos causados nos organismos por meio da contaminação de metaispesados1



Os metais pesados podem ser introduzidos no ambiente pelas mais diversas formas. O bário vem de indústrias de cerâmicas, borrachas e têxtil1. O cádmio é introduzido no ambiente, principalmente, por queima de carvão, indústrias de aço e inox, indústrias de pigmentos, fertilizantes e 14 pesticidas4. O cobre é resultado da fabricação de tubos, válvulas, ligas e algicidas. O cromo é utilizado em fertilizantes, pigmentos, tintas e estruturas de construção1.
Já o chumbo provém de atividades mineradoras, fertilizantes, indústrias de cerâmicas e plásticos5. O manganês é usado nas indústrias de fertilizantes, vernizes, vidros, baterias e aço1. O mercúrio é resultado da queima de combustíveis fósseis, incineração de lixo, mineração, agricultura devido ao uso de fungicidas e pesticidas e atividades industriais como tintas, lâmpadas, baterias e produtos odontológicos6. O níquel é matéria prima para a fabricação de baterias, moedas, pigmentos, mineração e refrigerantes. O descarte de esgoto no rio é a principal fonte de zinco7, além das indústrias de borracha, suplementos vitamínicos e protetores solares1.
NOTAS
1 Fagnani, 2009.
2 Berry et al.,1996; Larner et al., 2008; Vander Geest, 2008; Paumen, 2008 citados porFagnani, 2009.
3 Labuska et AL, 2000 citados por Moraes, 2009; Pascalicchio, 2002; Falqueto, 2008; Pereira, 2008; Santos, 2008, Moraes, 2009.
4 Peraza 1998 citado por Tomazelli, 2003.
5 Förstner & Wittmann, 1983; citado por Tomazelli, 2003.
6 Micaroni et al, 2000; citado por Tomazelli, 2003.
7 Bonanci, 2001; citado por Messias, 2008.


BIBLIOGRAFIA
COMPANHIA DE TECNOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB).Qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 2008.

FAGNANI, E. Mercúrio e sulfetos volatilizáveis por ácidos na bacia do Rio Jundiaí – SP. 2009. 253p. Tese (Doutorado em Engenharia Civil – Área: Saneamento e Ambiente) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Campinas, Campinas, 2009.

FALQUETO, M.A. Avaliação do índice de qualidade da água (IQA) e dos elementos químicos nas águas e nos sedimentos do rio Corumbataí-SP. 2008. 116p. Dissertação (Mestrado em Ecologia Aplicada) – Centro de Energia nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

MESSIAS, T.G. Influência da toxicidade da água e do sedimento dos rios São Joaquim e Ribeirão Claro na bacia do Corumbataí. 2008. 126p. Dissertação (Mestrado em Ciências – Área: Química na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

MORAES, M.F. Micronutrientes e metais pesados tóxicos: do fertilizante ao produto agrícola. 2009. 108p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Energia Nuclear na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2009.

PASCALICCHIO, A.A.E. Contaminação por metais pesados – Saúde Pública eMedicina Ortomolecular. 132p. Editora Annablume. São Paulo, 2002. Disponível em www.books.google.com.br. Acesso em 19 mai. 2010.

PEREIRA, P.A.A. Estudo das alterações no sistema reprodutor de camundongos expostos a contaminação ambiental. 2008. 90p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Patologia) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

TOMAZELLI, A.C. Estudo comparativo das concentrações de cádmio, chumbo e mercúrio em seis bacias hidrográficas do Estado de São Paulo. 2003. 124p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Biologia Comparada) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de SãoPaulo, Ribeirão Preto, 2003.





Texto escrito por Camila Lazarini Portela e Silva, (bióloga ESALQ/USP)in(Monografia desenvolvida sob orientação da Profa. Laura Alves Martirani)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Elementos tóxicos e contaminação ambiental

Desde o início da humanidade, os homens extraem da natureza, substâncias que lhe são úteis e descartam o que não precisam nos corpos d’água1. A poluição, que gera como resíduos os metais pesados data da época em que os primeiros hominídeos descobriram o fogo e essa queima resultou em uma alteração nos níveis de metais na atmosfera2. Hipócrates em 370 a.C. relatou cólicas em um homem que trabalhava com extração de metais e Plínio3, o Velho (23 – 79 a.C.) descreve envenenamentos por arsênio e mercúrio.

Isso mostra que o problema da toxicidade dos metais não é recente e se agravou, com a mineração em busca de metais de importância econômica que começou no Império Romano e outros impérios e com a Revolução Industrial no século XVIII. Mas só foi dada a atenção devida ao fato da toxicidade dos metais na década de 50, após o acidente de Minamata, no Japão, em 1956, ocasião em que peixes e pessoas foram contaminados com mercúrio, causando lesões neurológicas e mortes. Outro fato que mereceu destaque foi o acidente de Itai-Itai em 1947, onde ocorreram indícios de contaminação por cádmio4 devido à poluição da água usada para irrigar as culturas de arroz. As pessoas apresentaram dores pelo corpo, danos renais e fragilidade óssea5.


Fig.1 Fontes de contaminação por elementos químicos nos corpos hídricos6

Elementos químicos ou metais pesados são aqueles metais que possuem alta densidade, persistem no ambiente, se acumulam nos organismos e se relacionam a problemas de toxicidade e poluição. As fontes dos metais podem ser naturais com a erosão de rochas e atividade vulcânica e artificiais, como o uso de agrotóxicos nas plantações, lançamento de esgotos domésticos e industriais7.

Os metais podem ocorrer naturalmente no solo, como cobre (Cu), zinco (Zn), cobalto (Co), magnésio (Mg), ferro (Fe) e níquel (Ni), substâncias essenciais em baixas concentrações principalmente relacionados com a nutrição dos vegetais, mas tóxicos quando em altas concentrações. Outros metais como o cádmio (Cd), chumbo (Pb), arsênio (As), mercúrio (Hg), cromo (Cr) selênio (Se) e urânio (U) são considerados tóxicos pois têm efeitos deletérios8 e não têm função biológica conhecida9.
NOTAS
1 Messias, 2008
2 Nriagu, 1996; citado por Tomazelli, 2003
3 Pascalicchio, 2002
4 Zagatto e Bertoletti, 2006; citado por Santos, 2008
5 Brasil, 2005
6 Adaptado de: www.metal-heavymetal.blogspot.com/2007/05/os-metais-esados-so-componentes.html
7 Zambetta, 2006
8 Pereira, 2008
9 Esteves, 1998; citado por FALQUETO, 2008

BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa de Educomunicação Socioambiental. Série Documentos Técnicos 2. Brasília: Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, 2005. Disponível em: http://www.daep.com.br/coletivos/adm/download/dt_2_programa_educomunicacao_socio ambiental_4a_versao_maio_final.pdf. Acesso 20 mai. 2010.

FALQUETO, M.A. Avaliação do índice de qualidade da água (IQA) e dos elementos químicos nas águas e nos sedimentos do rio Corumbataí-SP. 2008. 116p. Dissertação (Mestrado em Ecologia Aplicada) – Centro de Energia nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

MESSIAS, T.G. Influência da toxicidade da água e do sedimento dos rios São Joaquim e Ribeirão Claro na bacia do Corumbataí. 2008. 126p. Dissertação (Mestrado em Ciências – Área: Química na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

PASCALICCHIO, A.A.E. Contaminação por metais pesados – Saúde Pública eMedicina Ortomolecular. 132p. Editora Annablume. São Paulo, 2002. Disponível em www.books.google.com.br. Acesso em 19 mai. 2010.

PEREIRA, P.A.A. Estudo das alterações no sistema reprodutor de camundongos expostos a contaminação ambiental. 2008. 90p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Patologia) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

SANTOS, M.A.P.F. Avaliação da qualidade da água e do sedimento da subbacia do Rio Corumbataí (SP) por meio de testes ecotoxicológicos. 2008. 186p. Tese (Doutorado em Ciências) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

TOMAZELLI, A.C. Estudo comparativo das concentrações de cádmio, chumbo e mercúrio em seis bacias hidrográficas do Estado de São Paulo. 2003. 124p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Biologia Comparada) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de SãoPaulo, Ribeirão Preto, 2003.

ZAMBETTA, P.M.A. Espécies químicas inorgânicas (Al, As, Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb, Sn) no sedimento e nos sólidos em suspensão do rio Corumbataí, SP. 2006. 73p. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Ecossistemas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006.



Texto escrito por Camila Lazarini Portela e Silva, (bióloga ESALQ/USP) in (Monografia desenvolvida sob orientação da Profa. Laura Alves Martirani)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Oficinas em Corumbataí

Os alunos da 7ª E da EE. Catharina Casale Padovani, que participaram das oficinas ligadas ao projeto ““Educomunicação Socioambiental na bacia hidrográfica do rio Corumbataí”, fizeram uma paródia ambiental da música “Quando ela souber”. 
Olhem só a letra:
 Preste atenção no que eu vou dizer
 No que eu vou falar
 Fiquei ai ligado pra o rio você ajudar
 Começo a falar da poluição
 Por isso colabore e o rio ajudarão
 Não fique ai sentado vendo tudo acontecer
 Pare pra pensar, agir e resolver 
Esse assunto não é brincadeira não 
Por isso colabore e preste bem atenção
 Toda sua família você tem que avisar que o rio precisa de mata ciliar
 Lugar de lixo não é no rio não, isso é conscientização
 Águas de qualidade todos querem ter 
Colabore para isso acontecer 
Um rio mais limpo todos terão, sem nenhum rastro de poluição.





Talvez o mundo ainda tenha esperança... Se vocês tivessem visto o crescimento desses meninos, iriam ter esperança como eu.



Por Isabela Kojin Peres, estudante do curso de Gestão Ambiental da ESALQ/USP e estagiária do Projeto.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Exposição “Conscientização no rio Corumbataí”

  No dia 21 de junho de 2010 os alunos da 7E da E.E. Catharina Casale Padovani organizaram a exposição “Conscientização no rio Corumbataí”. A exposição foi montada em uma sala da escola. Durante o dia grupos de alunos da 7E receberam as demais salas da escola e das 17h30 as 18h30 a comunidade foi convidada.



  Os alunos se organizaram e montaram uma “palestra” além da exposição. Os convidados puderam aprender um pouco sobre o nome da oficina (“Educomunicação socioambiental na bacia hidrográfica do rio Corumbataí"), conceito de Bacia hidrográfica, Usos do solo na Bacia do rio Corumbataí e suas implicações, onde nasce e por onde passa o rio Corumbataí, abastecimento de água em Piracicaba e fauna, flora e condições da água do trecho do rio Corumbataí do entorno da escola visitado pela sala durante a saída de campo.


  Foi um dia de muito aprendizado no qual muitos conceitos trabalhados durante a oficina foram esclarecidos e os alunos trabalharam a cooperação, respeito, autonomia e trabalho em grupo.





  Parabéns alunos da 7E! O trabalho foi muito elogiado por todos que puderam comparecer no dia.

Jornalistas mirins em atividade em Analândia

No dia 18 de junho de 2010 os alunos da 6C da EMEIF Professor Zezé Salles do município de Analândia realizaram uma saída de campo para o rio Corumbataí. Esta atividade faz parte da “Oficina de Educomunicação socioambiental na bacia hidrográfica do rio Corumbataí” realizada no mês de junho na escola.
Durante esta atividade os alunos trabalharam como “jornalistas mirins”. Para tanto antes da saída de campo, em sala de aula, os alunos levantaram pautas para escrever matérias para o jornal “Amigos da natureza”.


Durante a saída de campo apuraram os dados e realizaram registros fotográficos.
Posteriormente escreveram as matérias e revisaram as mesmas.
Finalizando as coordenadoras das oficinas, Vivian e Isabela, editaram e digitaram os textos que posteriormente foram diagramados com a ajuda dos alunos.

O jornal “Amigos da natureza” ganhou uma versão digital que pode ser visualizada neste mesmo blog.


Parabéns 6C da Escola Zezé Salles pelo trabalho desenvolvido. Deixem suas opiniões e sugestões neste blog.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Declaração Universal dos Direitos da Água





Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o "Dia Mundial da Água", publicando um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água". Eis o texto que vale uma reflexão.

1. A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. 2. A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida e de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceder como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 3º de Declaração Universal dos Direitos Humanos. 3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo a água deve ser manipulada com racionalidade, preocupação e parcimônia. 4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e dos seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente, para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos por onde os ciclos começam. 5. A água não é somente uma herança dos nossos predecessores, ela é sobretudo um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do Homem para as gerações presentes e futuras. 6. A água não é uma doação gratuita da natureza, ela tem um valor econômico: é preciso saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento, para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração de qualidade das reservas atualmente disponíveis.

8. A utilização da água implica o respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo o homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo Homem nem pelo Estado. 9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. 10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

O vídeo a seguir mostra esta mesma leitura, porém com suas imagens e música, nos remete ao verdadeiro significado da Declaração Universal dos Direitos da Água. Ele foi produzido em 2009, pelo aluno Caetano Massato Norichika, estagiário do Projeto.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Opinião: Mais catástrofes humanas. Até quando?

Nas últimas semanas, os meios de comunicação noticiaram diversas catástrofes ambientais: terremotos no Chile e China; enchentes em Salvador e mortes no Rio de Janeiro em decorrência de fortes chuvas. Mas será que ao invés de utilizarmos o termo catástrofe ambiental, não deveríamos falar em catástrofe humana?

Se analisarmos bem, toda essa retaliação da natureza (termo que prefiro usar para os fatos) é resposta às agressões humana ao ambiente. Infelizmente os mais prejudicados são os moradores mal instalados, seja em morros, à margem de rios ou os que vivem na periferia, à qual o poder público negligencia. Mas parece que essas conseqüências não são mais privilégios apenas de grupos restritos. Toda a cidade pára. O caos é instaurado. As fábricas param, os empregados ficam impossibilitados de saírem do trabalho, o trânsito nas ruas fica estagnado e a população fica a mercê do tempo.

Pesquisadores da década de cinqüenta já alertavam o caos que o consumo demasiado, o desmatamento e a exploração dos recursos naturais causariam à humanidade. E pelo que se observa no cenário mundial parece que a tendência é que mais retaliações da natureza aconteçam, pois o consumo e exploração natural no mundo é aumentar e quebrar recordes.

O que se esperar dessa catástrofe humana para os próximos anos? Terremotos, deslizamentos, tsunamis? Ainda é incerta a forma como a natureza pode surpreender os evoluídos “sappiens”, mas voltaremos sempre à prolixidade: reciclem o lixo, economizem luz e energia, atenção na hora das compras, não utilize embalagem plástica... e uma infinidade de outras recomendações.

É preciso mais!

Por Marcio Oliveira

sexta-feira, 26 de março de 2010

Charge "Água à Vista"



A charge foi produzida no ano de 2009 por alunos da disciplina Multimeios e Comunicação da ESALQ/USP: Caetano Massato Norichika, Elisa Sakamoto e Heitor Pecorari. Ela retrata de forma cômica um contraste entre o que os seres humanos buscavam a 500 anos atrás e o que provavelmente, segundo seus idealizadores, irão buscar daqui a 500 anos. Por isso devemos conservar aquilo que mais precisaremos para o amanhã.


Por Rodrigo Hartkoff, estagiário do Projeto e graduando do Curso de Engenharia Florestal da ESALQ/USP



quinta-feira, 18 de março de 2010

Fanzines em versão digital

Em continuidade ao Projeto “Novas Tecnologias da Comunicação e Educação Ambiental na bacia Hidrográfica do rio Corumbataí” foram realizadas as oficinas de educomunicação socioambiental nos municípios de Corumbataí e Rio Claro em 2009.
Os alunos participantes das oficinas da Escola Municipal de Ensino Fundamental “Maria de Lourdes Pedroso Perin” (Corumbataí) e da Escola Estadual “João Baptista Negrão Filho” (Rio Claro) escolheram a produção de um fanzine para organizar o material trabalhado durante as atividades.
Sabendo das limitações de acesso ao material de uma produção impressa em poucos exemplares (cerca de 50 em cada escola) e visando estimular o acesso a esses materiais a equipe do projeto decidiu transformar os fanzines em material digital veiculado no blog “Educorumbatai”.Vocês podem ter acesso a eles nesta matéria.Deixem opiniões, sugestões e críticas.
Este ano o projeto continua e as oficinas se iniciarão no município de Piracicaba ainda no mês de março. Agradeço as escolas participantes pela parceria e espero que esta continue através deste blog.