Figura 1: Resíduos plásticos amontoados à céu aberto. Fonte: Ecosectores-Información del mercado ecológico |
A
atividade humana tem deixado grandes rastros de resíduos duráveis e, de acordo com
cientistas, já podem marcar uma nova era conhecida como Antropoceno.
A
invenção e consolidação do plástico sintético por Leo Baekeland se deu no
século XIX (EXPOSIÇÃO em Londres mostra a história do plástico, 2007). Sua
disseminação se deu em tal grau e volume que, atualmente, quase tudo que
consumimos é feito de algum tipo de plástico, seja na embalagem ou na confecção
de um produto. Estima-se que sua produção no mundo tenha alcançado cerca de 5,5 milhões de toneladas fabricadas (NUWER, 2014).
Pesquisadores
alertam que os materiais plásticos produzidos pelas sociedades humanas possam
se perpetuar por milhões de anos, e venham, assim, a constituir uma nova camada
geológica no planeta (Ibid.).
São
vários os danos que o plástico pode causar no meio
ambiente, como a poluição terrestre urbana e rural, a marinha e até mesmo a
atmosférica. Isso se deve ao desenvolvimento industrial, que emprega esse
material na confecção de inúmeros produtos e abusa na fabricação de embalagens
plásticas, e ao consumo e descartes excessivos.
Segundo matéria publicada pela Revista
Science (2015), pesquisas apontam que foram gerados, no ano de 2010, 275
milhões de toneladas de resíduos plásticos no mundo, sendo que grande parte
deles são encontrados nos oceanos. Em entrevista coletiva, Jenna Jambeck,
professora da Universidade da Geórgia, comentou que essa quantidade poderia
cobrir cada centímetro do litoral dos 192 países analisados.
A
problemática atingiu uma dimensão tão grande que resíduos plásticos, assim como
constatado em 2006 pelo oceanógrafo Charlie Moore (The New York Times, 2014), poderão se transformar em um novo
mineral denominado “plastiglomerado”- uma fusão de materiais artificiais e
naturais, onde o plástico derretido se funde com, por exemplo, areia e concha. Segundo
Richard Thompsom da Universidade de Plymouth (Inglaterra), é um complexo ainda mais resistente ao envelhecimento
e à decomposição (Ibid.).
Conforme
matéria publicada pela Companhia de
Saneamento do Paraná (TEMPO médio da decomposição do lixo, s.d.), o plástico
pode demorar de 100 a 400 anos para ser decomposto na natureza e vem se
acumulando de forma constante e progressiva. Isso significa que, segundo Jan
Zalasiewicz da Universidade de Leicester na Inglaterra, resíduos plásticos
poderão se tornar os novos fósseis do futuro e chegar até o ponto de atuar como marcadores
geológicos (NUWER, 2014).
Considerando
a gravidade do problema, reiteramos a necessidade
e a importância de se adotar práticas como a dos ‘’3 R’’, sugerida em 1992, que
consiste em REDUZIR o consumo de produtos desnecessários, evitando-se embalagens
como sacolinhas plásticas; REUTILIZAR antes de descartar materiais e RECICLAR,
ou seja, fazer a destinação correta dos resíduos para empresas recicladoras.
Por Wendy Regitano Hendrikx e
Laura Alves Martirani
Vide também as
postagens “A sociedade do plástico e a problemática dos oceanos” e “Sacolinhas
plásticas e a cidade de São Paulo: um decreto em busca de melhorias ambientais”
e a vídeo-animação sobre os tipos de plástico.
Referências
Bibliográficas:
EXPOSIÇÃO em Londres mostra a história do plástico. [S.l.],
Terra, 24 maio, 2007, Notícias.
Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1638135-EI238,00.html>.
Acesso em: 16 Jun. 2015
FAVA, F.; NINNI, K. O lixo nosso de cada dia. São Paulo, Estadão. 19 maio 2010. Disponível em:
<http://www.estadao.com.br/noticias/geral,o-lixo-nosso-de-cada-dia-imp-,553709>.
Acesso em: 2 Jun. 2015
GUAMÁ, F.F.M.C.; COSTA, R.V.A.; ROCHA, H.L.; ISENSEE, F.V.;
FUTURO, L.L. Lixo plástico - de sua
produção até a madeira plástica. Em
Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 28. Rio de Janeiro: 2008, p.
1-13.
JAMBECK, J.R. et al; GEYER, R.; WILCOX, C.; SIEGLER, T.R.;
PERRYMAN, M.; ANDRADY, A.; NARAYAN, R.; LAW, K.L. Plastic waste inputs from land into the ocean. Science Magazine, v. 347, n. 6223, p. 768-771, 13 fev. 2015.
NUWER, R. Plásticos produzidos por humanos vai virar camada
geológica. Folha de São Paulo. São
Paulo: 5 ago. 2014, Ciência. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/08/1495261-plastico-produzido-por-humanos-vai-virar-camada-geologica-diz-estudo.shtml>.
Acesso em: 5 maio 2015
TEMPO médio da decomposição do lixo. Curitiba, Sanepar Educando, [s.d]. Disponível em: <http://educando.sanepar.com.br/ensino_fundamental/tempo-m%C3%A9dio-de-decomposi%C3%A7%C3%A3o-do-lixo>. Acesso em: 2 jun 2015.
APROVECHAR el valor de los residuos plasticos en España generaría 33.000 puestos de trabajo. Espanha, Ecosectores Reciclaje, 28 out. 2013. Disponível em: <https://ecosectores.com/DetalleArticulo/tabid/64/ArticleId/1179/Aprovechar-el-valor-de-los-residuos-plasticos-en-Espana-generaria-33-000-puestos-de-trabajo.aspx>. Acesso em: 1 jun 2015.
TEMPO médio da decomposição do lixo. Curitiba, Sanepar Educando, [s.d]. Disponível em: <http://educando.sanepar.com.br/ensino_fundamental/tempo-m%C3%A9dio-de-decomposi%C3%A7%C3%A3o-do-lixo>. Acesso em: 2 jun 2015.
APROVECHAR el valor de los residuos plasticos en España generaría 33.000 puestos de trabajo. Espanha, Ecosectores Reciclaje, 28 out. 2013. Disponível em: <https://ecosectores.com/DetalleArticulo/tabid/64/ArticleId/1179/Aprovechar-el-valor-de-los-residuos-plasticos-en-Espana-generaria-33-000-puestos-de-trabajo.aspx>. Acesso em: 1 jun 2015.
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